Na grande linha do tempoda moda, peças que hoje fazem parte do vocabulário fashion até de não iniciados escondem sua origem revolucionária, que no fim das contas foi o que permitiu que entrassem para o hall offame do guarda-roupa do último século, adquirindo o status de clássicos. Quem nunca ouvir falar no tailleur Bar, criado por Christian Dior em 1947 em meio a muita polêmica e que virou símbolo do vestir feminino e moderno no pós-guerra? Ou então no trench-coat, “emprestado” pela Burberry dos uniformes dos exércitos inglês e francês na Primeira Guerra? Mas ninguém quebrou tantos paradigmas nem criou tantos (hoje) clássicos dovestir quanto Yves Saint Laurent. O smoking feminino, de 1966, talvez seja sua criação mais festejada, mas nenhuma peça saída das pranchetas de monsieur Laurent teve o senso de oportunidade do trajes saharienne.
Colado ao corpo, diminuto e com decote generoso arrematado por dois fios trançado sem ziguezague, é a versão super sexy das vestimentas usadas em batalhas e expedições na savana sub saariana, daí o nome. Em 1969, ano de criação da peça, a imagem que entrou para a história é a de Yves cercado pelas musas Betty Catroux eLoulou de la Falais e em frente à sua recém-inaugurada loja Rive Gauche na New Bond Street, em Londres. Os três, que vestem diferentes versões do traje, antecipam ali o espírito libertário que marcaria a década seguinte.
Para este verão internacional, um sem-fim de releituras dasaharienne ganhou as passarelas,a mais notável delas a feita de camurça,em versão longa, assinada por HediSlimane, justamente o novo sucessor do mestre franco-argelino, munido do objetivo claro de evocar o lado maiscontracultural do repertório de Yves. Além dele, IsabelMarant e a Versace aderiram ao revival, comprovando que até mesmo os clássicos podem viver dias de hype.
Fonte: Vogue
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