quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Com nova - e poderosa - tecnologia, musse é o recurso de beleza da vez

  (Foto:  )
"Musse, musse, muuusse”, repete o hairstylist Guido Palau, com um sorriso no canto da boca. “É uma palavra tão engraçada! Ninguém chama de espuma. É musse.” Palau não está delirando. Depois de quase duas décadas em baixa, eis que a musse é o assunto da vez nos salões e backstages de desfiles. O produto foi febre capilar na década de 80, época lembrada até hoje como “os bons tempos do cabelo amassado”. Pense em franjas armadas que desafiavam a gravidade, cachos definidos e cabelos esculturais propositadamente embaraçados, impenetráveis ao pente. O cabelão era tudo, e a musse – sem peso e capaz de dar volume num piscardeolhos –, sua fada madrinha. 

“Quando ela surgiu, não conseguia viver sem”, relembra Orlando Pita, que ao lado de Palau e do americano Oribe, hoje formam a trinca célebre de hairstylists dos desfiles e editoriais internacionais. Pita começou sua carreira em Nova York em 1984, um ano antes de a L’Oréal lançar a icônica Studio Line. “Todo mundo usava, o cheiro era ótimo e muito divertido de brincar”, resume. O tempo passou, e o efeito máxi dos anos 80 foi substituído pelo minimalismo enxuto dos 90; com pomadas, séruns e cremes tomando o lugar da musse. Fios lisos e escorregadios viraram desejo, e a espuma adquiriu uma bad reputation, lembra Oscar Blandi, outro expert dos cabelos. 

Como a beleza é quase tão cíclica quanto a moda, eis que a musse é de novo um must-have. Nos desfiles de fevereiro passado, por exemplo, Palau recorreu ao produto para moldar as perucas curtas punks inspiradas em Edie Campbell na passarela de Marc Jacobs. “A musse consegue moldar, coisa que um spray de volume não faz”, explica. Também lançou mão da espuma para criar o look grunge-glamour da Prada, que acabou definindo a estação. Ele explica o processo: “Miuccia disse que queria uma aparência wet, mas alertou que não podia encharcar de creme o cabelo das modelos para não estragar as roupas. Aí lembrei que em 1985 amassávamos os fios com musse e eles ficavam meio molhados, enrugados. Então simplesmente coloquei toneladas de musse nos cabelos das modelos, passei os dedos e deixei secar”, entrega como obter o visual desejo da vez.

Além de definir e dar volume, a musse engrossa madeixas flácidas e elimina o frizz. “Não conheço nada que se espalhe melhor nos cabelos”, diz Pita. “Em menos de um minuto, você consegue a textura perfeita e está pronta. E as mulheres hoje querem praticidade”, completa Oribe. Ele, que tem uma linha de produtos com seu nome, anda tão fã da musse que recentemente lançou três versões – uma para dar volume, outra para definir cachos e uma terceira para criar ondas praianas. Por que agora? “É a primeira vez em 20 anos que o cabelo curto está funcionando”, diz. “Todo mundo está cansado do cabelo glam, e a musse é ótima para os cabelos curtos”, explica. 

Os tempos mudaram, e a musse também. As versões antigas, que endureciam, secavam e encharcavam os cabelos de álcool – desmanchando-se ao longo do dia e levando o penteado junto – , foram substituídas por novas fórmulas que garantem um cabelo macio, brilhante e “tocável”, que tem balanço, mas mantém sua forma. 

Muitas delas contêm ingredientes emprestados dos cuidados com a pele (ácido hialurônico na HairLift, de Oscar Blandi, ecolágeno na Mousse Substantive, da Kérastase). Outras alegam corrigir a cor, evitando que cabelos tingidos fiquem desbotados, como é o caso da Volume Boost, da Senscience. Com extrato de bambu que fortalece os fios, a Bamboo Volume Weightless, da Alterna, pode ser usada diariamente - ela e a Volume Boost estão à venda por aqui na Sephora. 

Entre idas e vindas da moda, a mágica da musse nunca foi realmente esquecida pelas consumidoras. Nos Estados Unidos, John Frieda vende quatro latas a cada minuto. Sua musse Frizz-Ease Curl Reviver – que a hairstylist francesa Odile Gilbert usou para criar o cabelo amarrotado no desfile da Rodarte – tem 20 anos. “Acho que a sensação de creme aerado é que parece perfeita novamente. Há um certo luxo na musse... Além disso, adoro o som do produto saindo da embalagem”, conclui o sempre bem-humorado Palau. (SARAH BROWN)

Fãs da musse no Brasil

Ricardo Cassolari, do salão paulistano homônimo, sempre foi fiel à espuma. "secar o cabelo com difusor está em alta novamente, e a musse ajuda a dar um efeito mais amassado, despojado. É o fim da ditadura do cabelo liso!", comemora. Para Tiago Parente, do Crystal Hair, no rio, usá-la antes do secador pode dar um efeito solto, com volume e ondas naturais. "e ela segura o frizz nas mudanças de temperatura, como estúdio e ar-condicionado. 
 
Fonte: Vogue

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