quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Lei Rouanet na moda: Ministério da Cultura aprova incentivo a desfiles brasileiros – veja repercussão

Pedro Lourenço, verão 2013 (Foto: Getty Images)


A decisão tomada pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, autorizando o estilista Pedro Lourenço a captar cerca de R$ 2,8 milhões pela Lei de Incentivo à Cultura para a realização de dois desfiles na semana de moda de Paris (em outubro próximo e em março de 2014), causou polêmica nesta quinta-feira (22.08). Além dele, Alexandre Herchcovitch e Ronaldo Fraga foram aprovados pela mesma Lei Rouanet. Confira a seguir a repercussão.
 
 “Há tempos a moda nacional carece de uma política de incentivos por parte do governo federal e dos governos estaduais. Tanto a moda de caráter mais comercial quanto a moda com um viés mais conceitual estão abandonadas de políticas públicas e precisam de apoio. De todos nós. Enquanto não se criam mecanismos próprios para atender a esse setor que mescla comércio com entretenimento e cultura, a solução, ainda que paliativa, é utilizar os mecanismos que já existem. A Lei Rouanet é um desses mecanismos. Não resolve a crise de estrutura, mas serve como um analgésico que vai permitir que muitas marcas continuem seu trabalho. A ministra entendeu esse momento delicado. Se os projetos cumprem os requisitos para receber a renúncia fiscal, não havia por que não serem contemplados. Mas isso não vai resolver a crise mais ampla. Continua sendo fundamental debater uma política específica de fomento para o setor” - Daniela Falcão, diretora de redação da Vogue
 
“Represento o Brasil na semana de Moda de Paris há três anos por conta própria e sem nenhum investidor por trás da minha marca. Tenho esta responsabilidade e esta pressão financeira desde os 19 anos – e, uma vez que você começa a desfilar em Paris, você não pode parar. É muito frágil para a imagem da indústria de moda brasileira interromper uma temporada. No entanto, esse investimento de tempo, energia e dinheiro não foi somente um projeto pessoal mas também para abrir portas no futuro para jovens talentosos e potenciais grandes estilistas e incentivá-los a expressar suas vozes no mundo globalizado de hoje. O melhor disso tudo é o reconhecimento da moda em seus valores criativos e autorais, o reconhecimento da moda enquanto expressão contemporânea de uma cultura e o retrato de uma época que, apesar do efêmero momento do desfile, estabelece a história de um povo e de uma nação. Acredito que a roupa não é uma obra de arte, tampouco sou eu quem deva dizer o que é ou não uma obra de arte, isso é função dos críticos e dos historiadores estabelecer. Meu papel é criar e faço isso da minha maneira, meu desfile é meu modo de comunicar a todos o que eu tenho a dizer. É nisso que eu acredito.”

Fonte: Vogue

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